O estudo efetuado e lançado hoje pela Systemiq – empresa de mudança de sistemas – revela que a União Europeia poderá reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em cerca de 48 milhões de toneladas por ano – o equivalente a retirar da estrada até 38 milhões de novos automóveis*- alinhando as refeições prontas a comer com as normas de saúde e sustentabilidade estabelecidas.
O estudo concluiu ainda que, em termos globais, colocar no mercado refeições prontas mais saudáveis e sustentáveis é possível e pode proporcionar poupança de 2,8 mil milhões de euros por ano e reduzir as emissões da UE.
O estudo, que contou com o apoio de organizações de saúde, de consumidores e ambientais europeias, demonstra que as refeições prontas a comer se melhoradas reduziriam efetivamente os custos dos ingredientes, permitindo aos supermercados e restaurantes oferecer opções de refeições nutritivas a preços acessíveis. Consequentemente, este estudo apela à adoção destas normas pelos grandes supermercados, empresas de catering e cadeias de restaurantes europeus.
Num momento em que a popularidade das refeições prontas a consumir está a aumentar, torná-las mais saudáveis e mais sustentáveis é uma política sem arrependimentos.
Para além de carteiras e ambiente mais saudáveis, o estudo concluiu, também, que a melhoria da qualidade dos alimentos pré-preparados poderá ajudar a reduzir doenças como as cardiovasculares (incluindo doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais), hepáticas, oncológicas e a diabetes.
As refeições prontas constituem um sexto (17%) do consumo total de calorias na UE. Nos últimos 15 anos, os consumidores do Sul da Europa e Alemanha têm consumido mais refeições prontas, entre 40% e 60%, o que sublinha a necessidade urgente de medidas regulamentares para evitar crises de saúde.
As refeições prontas contêm normalmente três vezes mais sal do que o recomendado pelas diretrizes da OMS, duas vezes mais carne vermelha do que o consumo médio europeu e mais de quatro vezes mais carne vermelha do que a recomendada pela “dieta de saúde planetária” desenvolvida por cientistas e nutricionistas do EAT-Lancet.
É importante notar que as grandes empresas controlam a distribuição de refeições prontas, representando 78% das vendas no sector retalhista e 48% no sector dos serviços alimentares/catering, pelo que as alterações poderão ser impostas sem prejudicar as pequenas e médias empresas.
A produção de alimentos é a principal causa das alterações climáticas associadas ao consumo na UE, sendo responsáveis por 38% de todas as emissões de gases com efeito de estufa associadas ao consumo. A carne, os lacticínios e os produtos da pesca são responsáveis por 70% do impacto global dos alimentos no clima. A agricultura animal é também uma das principais causas da desflorestação, da poluição e escassez de água, da poluição atmosférica, bem como de impactos na saúde, como a resistência antimicrobiana e as doenças de origem alimentar.
A DECO continua a acompanhar de perto o tema da sustentabilidade alimentar, dando voz aos direitos e interesses dos consumidores, para que este também apoie a iniciativa de introduzir requisitos legais que garantam que as refeições prontas a comer se tornam mais saudáveis e sustentáveis junto da Comissão Europeia.
A lista completa das organizações da sociedade civil que apoiam esta iniciativa: the Spanish Consumers and Users’ Federation (Federación de Consumidores y Usuarios – CECU); the European Public Health Alliance (EPHA); Fern; the German Alliance on Climate Change and Health (KLUG); Italy’s Consumer Defense Association (Associazione Italiana Difesa Consumatori – Adiconsum); Madre Brava; Physicians’ Association for Nutrition; the Portuguese Association for Consumer Protection (DECO), BirdLife Europe & Asia e the European Environmental Bureau (EEB).
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