Fazer um orçamento familiar implica identificar de forma rigorosa e exaustiva todos os rendimentos e todas as despesas.

Pode utilizar-se uma folha de cálculo (formato Excel ou outro equivalente) ou simplesmente uma folha de papel.

 

O orçamento é composto por duas partes: os rendimentos (de sinal positivo) e as despesas (de sinal negativo).

 

Como começar?

Regra geral, o primeiro orçamento é quase sempre o mais difícil de elaborar, sobretudo se não existir um registo histórico sistematizado do destino que foi dado ao dinheiro nos últimos meses/anos. Assim, por um lado, há que fazer um maior esforço de realismo previsional/orçamental e, por outro, deixar uma margem de segurança confortável para despesas não previstas.

 

É importante tomar nota das datas de pagamento das despesas mais importantes, em particular, das despesas fixas com datas pré-determinadas de forma a evitar atrasos, por exemplo a prestação ou renda da casa, a água, a eletricidade.  Se não efetuar o pagamento atempado ou se não tiver dinheiro disponível na conta à ordem pode ter de pagar alguma penalização.

 

 

Do lado das receitas o que se deve contemplar?

A construção de um orçamento familiar deve basear-se no nível de rendimentos que o agregado consegue gerar, a curto e a médio prazo. Os rendimentos dependem da situação laboral dos elementos do agregado familiar e do seu património.

  • Salários – O salário é uma das componente mais importante do rendimento. Os trabalhadores empregados podem também receber prémios ou bónus anuais.
  • Subsídios – Os desempregados têm, em geral, acesso ao subsídio de desemprego.
  • Abonos – Alguns agregados familiares recebem  abonos de família em função do número de filhos.
  • Pensões – Os trabalhadores reformados recebem, em regra, uma pensão de reforma ou invalidez, se for o caso.;
  • Remunerações de poupanças – As  famílias podem também receber rendimentos associados ao património, como sejam os juros de aplicações financeiras ;
  • Rendas de imóveis – Podem receber, também, rendas pelo arrendamento de imóveis.

 

Um objetivo deve ser o de aumentar  as fontes de rendimento. Ser criativo e aumentar os rendimentos (serviços esporádicos, royalties, criação de pequenos negócios…) para não ficar dependente de uma só fonte de receitas. A longo prazo, é importante investir na formação para melhorar as suas competências e qualificações profissionais, por exemplo, fazer um curso de formação (informática ou outras áreas), aprender línguas, ou melhorar o nível de escolaridade.

 

Qual a diferença entre rendimento fixo e rendimento variável?

A diferença, apesar de  simples, é muito importante, isto poque no caso do rendimento fixo, existe a  certeza de que se vai receber o rendimento todos os meses. No caso do rendimento ser variável  este também poderá ter  alguma regularidade, mas tem a característica de não ser garantido, por exemplo, as comissões recebidas em função das vendas realizadas

Para muitas  famílias, é possível identificar o rendimento  pela consulta do recibo de vencimento dos vários membros do agregado familiar. É  fundamental considerar apenas o salário líquido, ou seja  aquele que se recebe, que  é depositado na  conta bancária.

 

Do lado das despesas o que se deve contemplar?

As despesas devem ser todas identificadas, independentemente da sua natureza, estas  podem ser classificar em necessárias ou supérfluas:

  • As despesas NECESSÁRIAS correspondem ao pagamento de bens e serviços considerados essenciais, como por exemplo a alimentação,  a habitação ou as despesas com saúde e educação.
  • As despesas SUPÉRFLUAS  correspondem ao pagamento de bens e serviços destinados à satisfação de desejos como, por exemplo, a aquisição dos últimos modelos de ténis  ou  de telemóvel.

 

As despesas do agregado familiar, sejam elas necessárias ou supérfluas, podem ainda classificar-se em fixas ou variáveis. O que as distingue é o seu grau de flexibilidade.

  • As despesas FIXAS têm de ser sempre realizadas, embora o seu montante possa alterar-se ao longo do tempo (por exemplo, a renda ou as prestações do crédito da casa, prestações do carro, pagamento de água, eletricidade, gás, televisão, comunicações, etc.).
  • As despesas VARIÁVEIS são o género de despesas que mudam, de mês para mês, e não são tão fáceis de determinar (por exemplo, compras de supermercado, roupa, combustíveis, entretenimento, refeições fora de casa, presentes, etc.). Quanto maior o peso das despesas fixas maior a rigidez do orçamento familiar.

 

Desafio: Durante um mês, deverá  fazer o esforço de recolher e registar todas as suas despesas, guardar todos os recibos, faturas, extratos bancários. Depois deve analisar as suas despesas. Envolva a sua família nesta reflexão.

 

A poupança deve ser um objetivo?

Na  elaboração do orçamento familiar devem ser definidos objetivos de poupança.

É importante planear e definir objetivos com vista a atingir as metas que tenham sido definidas antecipadamente.  Deve ser  estabelecido o hábito de  destinar um valor ou uma percentagem (por exemplo, 10%) dos rendimentos para  poupança. Se, no final das contas (execução do orçamento), conseguir aumentar esta capacidade de poupança, tanto melhor.

 

Dica:  Poupe antes de gastar. Defina um valor a poupar e crie uma rotina. Não sabe como? Todos os meses, depois de receber o seu salário, retire logo o montante definido, antes de pagar as despesas.

 

Como se encontra o saldo?

No final faça as contas para ver com que saldo fica (receitas – despesas). Repita estas contas para os próximos meses.

O seu saldo mensal deverá ser positivo. Caso não seja, é um claro sinal de que está a viver acima das suas possibilidades e a caminhar para uma situação difícil.

Lembre-se de que fazer um orçamento familiar é um ótimo instrumento para sobreviver à crise.

 

Mais informação: Como pagar todas as contas do mês?

Deixamos algumas sugestões para uma melhor elaboração e gestão do seu orçamento familiar:

  • Organize o seu orçamento familiar em função do seu rendimento líquido mensal.
  • Analise regularmente o seu o orçamento, envolva a sua família.
  • Faça uma lista de prioridades de consumo, identificando as compras que podem e devem ser adiadas.
  • Reduza os gastos no dia-a-dia, adotando rotinas que promovam a poupança. Compare preços.
  • Recorra ao crédito de forma responsável – analise, debata e compare propostas.
  • Crie um fundo de emergência, um pé-de-meia,  para fazer face à diminuição dos seus rendimentos ou para pagar despesas imprevistas que possam surgir.
  • Não se esqueça que ao longo da vida a sua situação financeira estará sujeita a altos e baixos.
  • A poupança deve ser um objetivo, um hábito. Procure as melhores alternativas para aplicar o seu aforro. Analise soluções que lhe garantam uma proteção financeira adicional.

 

 

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