Foi recentemente publicado o despacho que estabelece as normas de organização e funcionamento dos bufetes escolares, contemplando ainda as condições para a limitação de produtos prejudiciais à saúde nas respetivas máquinas de venda automática.
A DECO aplaude esta iniciativa e reconhece que ela configura um avanço na defesa e promoção de uma oferta alimentar mais saudável nas escolas, algo que esta Associação tem vindo a defender junto dos órgãos de tutela.
A este respeito, relembramos que em 2019, em parceria com a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, a DECO analisou 135 máquinas de venda automática em 100 instituições de ensino superior de todo o país, num total de 5.340 produtos alimentares, tendo concluído que é necessário melhorar a oferta alimentar nas universidades e politécnicos para a promoção de uma alimentação mais saudável. De acordo com este estudo, os doces estavam presentes em todas as máquinas, os snacks salgados em 61%, sendo que os refrigerantes surgiam na mesma quantidade que a oferta de água: 93%. As sandes mais saudáveis apenas surgiram em 31%, os iogurtes sem adição de açúcar em 8% e a fruta fresca em 3%.
Desta análise foi, então, possível verificar que se esta oferta alimentar fosse analisada à luz da regulamentação já existente para as instituições do Serviço Nacional de Saúde, mais de metade dos alimentos e bebidas seriam mesmo considerados proibidos.
Por todos estes motivos e sem prejuízo da mais-valia que representa a medida agora anunciada, a DECO entende que tais iniciativas legislativas e respetivas preocupações deveriam alargar-se a todos os estabelecimentos de ensino, assegurando-se:
- Um enquadramento regulatório eficaz e adequado;
- Uma promoção da literacia alimentar e nutricional da população universitária,
- Um trabalho conjunto com os agentes económicos para que a oferta alimentar nas máquinas de vending garanta opções saudáveis e uma maior liberdade de escolha pelo consumidor.
Em caso de dúvidas, contacte-nos através do Formulário de Contacto, deco@deco.pt ou +351 213710200. A DECO vai continuar a acompanhar a implementação destas medidas e presta apoio e esclarecimento aos consumidores.
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