A DECO alerta para a subida da EURIBOR. Consumidores devem preparar-se para o aumento da prestação mensal do crédito à habitação.

O que é e porque é importante a EURIBOR?

Nos últimos tempos tem-se ouvido falar muito sobre a subida da Euribor. Embora seja uma sigla familiar, poucos consumidores conhecem o seu significado. Trata-se de um acrónimo do termo inglês “Euro Interbank Offered Rate” que, numa tradução literal, significa taxa de oferta interbancária do euro.

 

As taxas Euribor são consideradas as taxas de referência mais importantes do mercado monetário europeu e por isso são tão relevantes e monitoradas, estando na base do preço e das taxas de juros de diferentes instrumentos e produtos financeiros da zona euro, como por exemplo swap, depósitos bancários, créditos pessoais ou créditos à habitação.

 

A Euribor tem, pois, uma importância fundamental para a estabilidade do sistema financeiro europeu, estando na base de milhares de milhões de contratos europeus.

 

Atualmente nos empréstimos para habitação a taxa EURIBOR a 12 meses é a mais utilizada, mas a Euribor a 6 meses é historicamente a mais aplicada.

De que forma a EURIBOR poderá afetar o crédito à habitação dos portugueses?

Não sendo embora o Banco Central Europeu (BCE) a definir a EURIBOR, um eventual aumento nas taxas diretoras, ou seja, nas taxas de juro que o BCE pratica nos empréstimos à banca comercial, poderá implicar um incremento da Euribor. E se a Euribor subir, isso terá impacto na prestação do crédito habitação de inúmeras famílias.

 

A subida das taxas de referência do BCE depende das medidas de política monetária adotadas e também indiretamente da inflação. Nos últimos anos e para promover o investimento e o consumo o BCE manteve estas taxas a nível muito baixo. Contudo, esta tendência poderá inverter-se.

 

Até há pouco tempo o quadro macroeconómico era de manutenção de taxas de juro baixas, com inflação baixa. Trata-se, contudo, de um cenário que se alterou, perspetivando-se que, face à pressão inflacionista existente, o BCE aumente as taxas de referência. E se estas taxas subirem a Euribor também subirá.

 

A maioria dos empréstimos à habitação em Portugal tem taxa de juro variável indexada à Euribor, pelo que essa prestação irá subir para muitas famílias e por isso deverão avaliar o seu eventual impacto no orçamento familiar.

O que deve fazer para se proteger da subida da EURIBOR?

A Euribor tem estado em terreno negativo nos últimos 6 anos, mas a situação alterou-se e as previsões mais recentes indicam que poderá subir até ao fim de 2022 para 0,50% e para 0,90% em 2023. Seja qual for o cenário as famílias devem estar preparadas para acomodar no seu orçamento eventuais subidas da Euribor.

 

Se tem crédito habitação com taxa variável siga os passos seguintes:

  • Comece por verificar no extrato mensal que recebe do banco se o seu crédito habitação tem taxa de juro variável indexada à Euribor. A taxa de juro do crédito habitação, a TAEG, resulta do somatório da Euribor (a 3, 6 ou 12 meses) e do spread (lucro do banco). Consulte o mercado e verifique qual o spread que está a ser praticado. Se tiver um spread elevado negoceie com o banco para o tentar baixar.
  • Calcule a taxa de esforço, ou seja, o peso dos créditos no seu rendimento líquido. Deverá ser preferencialmente inferior e 35%. Se ultrapassar pode ser um sinal de alerta e deve tentar renegociar os seus créditos.
  • Confirme quantos anos faltam para acabar de pagar o seu crédito à habitação. Se faltarem poucos anos pode não valer a pena fazer alterações.
  • Faça uma pesquisa de mercado, peça simulação a outros bancos para a possibilidade de transferências do seu crédito habitação e compare. Com o “seu” banco esta negociação pode ser mais difícil. Peça a FINE – Ficha de Informação Normalizada e compare a TAEG – Taxa Anual Efetiva Global e o MTIC – Montante Total Imputado ao consumidor. Quanto mais baixos forem, menos pagará.

 

A maturidade dos empréstimos também é importante, pois, quanto maior for o prazo, mais baixa será a prestação. Mas lembre-se que o Banco de Portugal aponta para um prazo máximo de 30 anos para quem tiver mais de 30 anos de idade.

 

Transferir o crédito à habitação para outro banco pode trazer custos, mas poderá negociar com o banco a assunção, pelo menos parcial, desses custos, a que alguns estão abertos para conseguir captar clientes.

 

Tendo a taxa variável do crédito deverá, desde já, criar um fundo de reserva que lhe permita acomodar futura subida da Euribor, sem percalços. Caso tenha algumas poupanças (ou um PPR) equacione a possibilidade de efetuar uma amortização parcial do empréstimo, embora tenha custos associados (exceto numa situação de desemprego ou de deslocação por razões profissionais). Se tiver outros créditos e uma eventual subida da Euribor colocar risco de incumprimento, tente antecipadamente renegociar os seus empréstimos com os credores e promover uma solução satisfatória conjuntamente, o que está aliás previsto na lei.

Peça ajuda da DECO para avaliar a sua situação financeira pessoal

Esteja atento aos sinais de risco e não deixe para amanhã uma avaliação da sua situação financeira e a tomada de medidas que minimizem o impacto da subida das taxas de juro dos seus empréstimos.

 

A DECO pode aconselhá-lo para o ajudar na decisão a tomar. Contacte-nos através da nossa linha de contacto (+351) 213 710 238, por email para o endereço gas@deco.pt ou diretamente no nosso portal.