Para muitos portugueses as férias são o momento mais esperado do ano, um tempo para descansar, recarregar energias e criar boas memórias.
No entanto, aquilo que deveria ser sinónimo de tranquilidade pode facilmente transformar-se numa fonte de stress… sobretudo financeiro. Para garantir que as férias são realmente um período de pausa e não de preocupações no regresso, faça um planeamento financeiro adequado.
O erro de não planear
No Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da DECO é comum recebermos, após o verão, famílias com dificuldades em cumprir os compromissos financeiros assumidos. A razão é quase sempre a mesma: férias feitas sem controlo dos gastos ou sem considerar a realidade do orçamento familiar.
Planeie, antes de tudo!
O primeiro passo é simples, mas essencial: planear com antecedência.
O ideal seria começar a preparar as próximas férias assim que as anteriores terminam. Mas mesmo que tal não aconteça, deve agir com algum tempo de antecedência, o que lhe permitirá aproveitar melhores preços e manter o controlo sobre as despesas.
Defina um orçamento realista
Antes de escolher o destino de sonho, é fundamental perceber quanto pode efetivamente gastar. Para isso, avalie:
- O seu rendimento mensal disponível;
- As despesas fixas e outros encargos já assumidos;
- E só depois defina um teto máximo para as férias.
Com este limite em mente, poderá tomar decisões mais conscientes e ajustar os seus planos à sua realidade financeira.
Crédito para férias? Só com responsabilidade
O ideal será sempre financiar as férias com poupança própria. No entanto, em situações excecionais, o recurso ao crédito pode ser ponderado, desde que com muita responsabilidade. Antes de avançar, garanta que:
- Avaliou devidamente a sua capacidade de pagamento, sem comprometer outras obrigações;
- O crédito tem uma taxa de juro e condições vantajosas;
- O seu orçamento acomoda mais esta prestação, mantendo margem para imprevistos e despesas correntes.
Cartão de crédito: só se liquidar a 100%
Se optar por pagar com cartão de crédito, faça-o apenas se conseguir liquidar a totalidade da fatura no final do mês, evitando assim juros. Neste caso, o cartão até pode oferecer vantagens, como seguros de viagem incluídos.
Contudo, o uso descontrolado do cartão, muitas vezes potenciado pela sensação de “dinheiro disponível”, é uma das principais causas de endividamento nas férias. Sem controlo, o cartão transforma-se num passaporte para o sobre-endividamento.
Poupança antecipada: o seu maior aliado
Criar uma conta poupança exclusiva para as férias, com transferências mensais automáticas, é uma estratégia eficaz. Pequenos montantes, poupados ao longo do ano, podem resultar numa verba suficiente para umas férias tranquilas, sem recurso a crédito.
Inclua todas as despesas
Ao definir o seu orçamento de férias, não se esqueça de contabilizar todos os custos associados, como:
- Transportes (voos, combustível, portagens);
- Alojamento;
- Alimentação;
- Atividades, visitas e entradas;
- Seguros de viagem;
- Lembranças e pequenas compras;
- E uma verba de reserva para imprevistos.
Vantagens de planear com antecedência
Planeando com tempo, ganha mais do que tranquilidade. Pode ainda:
- Aproveitar promoções e descontos;
- Comparar preços com calma;
- Analisar avaliações e reclamações de fornecedores;
- Prevenir-se contra fraudes ou burlas;
- Evitar gastos impulsivos.
Dica final: prepare-se para o inesperado
Mesmo com tudo organizado, os imprevistos acontecem: uma mala perdida, um voo cancelado, uma avaria ou um problema de saúde podem estragar as suas férias e o seu orçamento.
Ter um fundo de emergência para férias é uma forma inteligente de garantir tranquilidade.
Férias sem stress financeiro? Sim, é possível!
As férias devem ser um tempo de descanso, e não de preocupação com dívidas. Com organização, disciplina e escolhas conscientes, é perfeitamente possível desfrutar ao máximo sem comprometer o futuro financeiro da família.
Comece já a planear… e tenha umas férias verdadeiramente relaxantes!
