A DECO continua a receber queixas de consumidores que compram um produto pelo mesmo preço, mas com a sua quantidade reduzida. Esta prática, também designada por reduflação, disfarça o aumento de preço, procurando vender menos produto pelo mesmo valor.
O supermercado francês Carrefour colocou esta semana etiquetas nas suas prateleiras alertando os consumidores para produtos que viram as suas embalagens reduzidas e o preço manter-se igual.
Este é um bom exemplo do que deve ser feito em Portugal, com vista a reforçar a transparência e informação junto dos consumidores. Mas não chega!
Para tornar a informação mais transparente e diminuir esta prática, a DECO tem vindo a alertar a Secretaria de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor para a necessidade de uma intervenção legislativa. Desta vez, resolvemos apresentar uma iniciativa ao Governo e aos grupos parlamentares.
Conheça aqui a nossa iniciativa.
Nas denúncias que temos recebido, especialmente no que concerne ao setor do retalho na área alimentar, os consumidores relatam ter-se apercebido tardiamente de que alguns produtos que habitualmente adquiriam, embora mantivessem o preço, o seu conteúdo havia sido reduzido, ou seja, estariam a pagar o mesmo preço, mas por menos quantidade de produto.
Vejamos este caso:
O consumidor relatou-nos que nas suas compras
habituais costumava adquirir uma embalagem de Café Delta – Mistura Peninsular de 250 gramas ao preço de 1,89 euros.
Recentemente, adquiriu uma nova embalagem do
mesmo café, ao mesmo preço, tendo sido surpreendido por uma alteração na cor da embalagem e do seu peso, passando para 220 gramas.
Infelizmente, este não é o único exemplo que recebemos. Outros se juntam a esta lista de denúncias dos consumidores:
Ora, numa altura em que continuamos os preços dos bens e serviços essenciais ainda se mantêm elevados, a DECO não pode deixar de manifestar a sua preocupação com o crescimento desta prática que mascara a subida de preços, tornando-se, eventualmente, enganosa para os consumidores.
A DECO defende:
- uma regulamentação específica para o fenómeno da reduflação, reforçando-se a informação ao consumidor através de uma informação clara que permita ao consumidor perceber que ocorreu uma alteração na quantidade do produto, evidenciando-se o “antes” e o “depois”;
- Ações de fiscalização e monitorização contínuas sobre o comportamento do mercado em tempos inflacionistas permitindo aos decisores a adoção de medidas que previnam novas práticas de mercado que possam prejudicar os interesses económicos dos consumidores.
Se também foi alvo desta prática ou conhece a mesma, faça-nos chegar a sua história através do nosso número de whatsapp 96 449 110 ou através do nosso formulário de contacto.
Notícias relacionadas:
A DECO reivindica Ficha de Informação Normalizada para Água e Resíduos
Com o objetivo de fortalecer a relação entre as entidades gestoras e os consumidores e garantir uma maior transparência na informação, a DECO defende que, logo no momento da contratação, além das condições contratuais do contrato de prestação dos serviços de água, saneamento e resíduos, deve ser entregue ao consumidor uma Ficha de Informação Normalizada (FIN), à semelhança da que existe no setor da energia, com um resumo das principais informações.
Água e Resíduos: Regulamento aquém das expectativas
O Regulamento da qualidade do serviço prestado nos setores da água e resíduos foi publicado em abril deste ano, mas sem compensações automáticas para os consumidores, exigindo que o consumidor apresente reclamação escrita de cada incumprimento para que lhe seja atribuída a respetiva compensação. Além disso, o pagamento das compensações aos consumidores só produzirá efeitos a partir de abril de 2025.
Poupar água não pode pesar no bolso dos consumidores
A DECO apela à poupança do consumo de água, mas também da carteira dos consumidores algarvios! Para tal, a DECO reclama apoios financeiros para que as famílias possam adotar práticas de eficiência hídrica.
