A DECO analisou os programas eleitorais dos oito partidos com representação parlamentar e, apesar da sua importância para a economia nacional, a verdade é que precisamos de uma lupa para encontrar os consumidores. Num dos programas só encontrámos uma referência a consumidores e muitas das medidas apresentadas pelos partidos ficam-se pela aposta na literacia digital e financeira, sem grande concretização, medidas que embora importantes, não trazem qualquer novidade. Outras parecem requentadas ou já foram, efetivamente, aprovadas.
Não basta repetir intenções — é fundamental apresentar soluções novas e eficazes, com impacto real na vida das pessoas.
De todo o modo, entre as exceções positivas, destacamos algumas medidas como a criação de incentivos à poupança, a convergência de várias forças políticas na proposta de isenção ou redução do IVA em bens alimentares essenciais ou até um passe nacional de transportes. Realçamos, também, a proposta de revisão da legislação da publicidade e a previsão de um fundo de garantia para riscos climáticos e sísmicos.
Contudo, áreas críticas para os consumidores, como a habitação, a energia, os serviços bancários e o apoio aos mais vulneráveis continuam a receber pouca atenção ou estão demasiado fragmentadas. Persistem propostas genéricas, desarticuladas e sem metas claras.
Se as eleições fossem hoje, teríamos dificuldade em escolher o partido que melhor protege os consumidores.
Mas não vamos ficar por aqui: depois das eleições, a equipa da DECO enviará ao Governo aquelas que devem ser as prioridades dos consumidores.
Conheça aqui a nossa análise e ajude-nos a contribuir para as medidas do Governo eleito, enviando-nos as suas propostas para deco@deco.pt
Exerça o seu direito de voto e ajude-nos a construir uma política nacional que o coloque a si no centro das decisões.
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