Quantas vezes já ouviu o seu filho dizer “Quero isto!” no meio do supermercado? E quantas vezes teve de retirar do carrinho os produtos que ele insiste em colocar lá dentro?
Se estas situações lhe são familiares, saiba que não está sozinho. E não, isso não significa que a criança seja irresponsável com o dinheiro. O mais provável é que ainda não tenha aprendido a olhar para ele com estratégia.
Há oportunidades que não se podem perder
Esta é uma delas. Todos os dias, pais e mães vivem situações que podem ser transformadas em momentos educativos e que, muitas vezes, são ignoradas por falta de tempo, atenção ou orientação.
O supermercado é um desses cenários e um dos mais valiosos.
Neste ambiente, as crianças são expostas a terem de fazer escolhas, aos preços, às diferenças de marcas e qualidades, e à constante tensão entre desejo e necessidade. É, portanto, um verdadeiro laboratório para começar a desenvolver o pensamento financeiro crítico, essencial para uma vida adulta financeiramente equilibrada.
Deve ser esta uma preocupação dos pais?
Sem dúvida. Sem este tipo de ensinamento, muitas crianças crescem a acreditar que o dinheiro é infinito, que basta pedir para ter ou que é só ir ao multibanco para “aparecer” dinheiro.
O resultado? Adultos que gastam sem planear, não comparam preços, não distinguem necessidades de desejos, endividam-se facilmente e não cultivam hábitos de poupança.
A educação financeira deve começar em casa, com exemplos, conversas e pequenas experiências práticas.
Um desafio para si
Da próxima vez que for às compras, leve as suas crianças e transforme o momento numa aula prática de finanças pessoais. Aqui ficam algumas estratégias simples para começar:
1. Crie um pequeno orçamento
Defina um valor específico para o seu filho, por exemplo, uma moeda de 2€ ou 5€. Peça-lhe que escolha um ou mais produtos dentro desse limite. Assim, terá de analisar preços, fazer contas e tomar decisões.
2. Compare preços e marcas
Mostre-lhe como o preço de um produto pode variar consoante a marca, o tamanho ou a embalagem. Ajude-o a compreender a relação qualidade-preço.
3. Pergunte: “Preciso mesmo disto?”
Ensine a diferenciar necessidades de desejos. Uma simples pergunta como esta estimula a reflexão e ajuda a tomar decisões mais conscientes.
4. Reflitam sobre a experiência
No regresso a casa, conversem sobre as escolhas feitas: quais foram, porquê, se houve tentações de gastar mais e o que poderia ser diferente numa próxima vez. Esta análise conjunta reforça o aprendizado e desenvolve o pensamento crítico.
O exemplo dos pais é fundamental
Lembre-se: a melhor forma de ensinar é pelo exemplo. Se os seus filhos o virem a comparar preços, planear as compras, fazer uma lista e evitar gastos por impulso, irão reproduzir esses comportamentos naturalmente. Mais do que palavras, são as atitudes que educam.
Conclusão: O dinheiro também se ensina
Para educar financeiramente uma criança basta, muitas vezes, aproveitar melhor os momentos do dia a dia, como uma simples ida ao supermercado.
Ensinar desde cedo o valor do dinheiro é um ato de amor e uma forma poderosa de proteger o futuro financeiro dos seus filhos.
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