Uma das despesas com maior peso no orçamento familiar é a prestação do empréstimo para aquisição da habitação. Em Portugal, a grande maioria dos contratos de crédito à habitação estão associados a taxa variável, isto é, a prestação mensal mudará consoante as oscilações do indexante escolhido – Euribor a 3, 6 ou 12 meses.

 

No atual cenário com a Euribor a subir, as famílias estão conscientes desse aumento na sua prestação, que terá maior ou menor impacto consoante as condições contratualizadas e o seu orçamento.

 

Cada vez mais, perante esta realidade, os consumidores procuram informação sobre a natureza da taxa, analisando as vantagens e desvantagens de alterar a taxa variável para fixa. Quem está atualmente a contratar crédito à habitação avalia seriamente a opção da taxa fixa em detrimento da taxa variável. Esta escolha é justificada pelo facto de a contratação de crédito à habitação com taxa fixa não ser influenciada , no valor da prestação mensal, pelas flutuações da Euribor.

 

A taxa de juro fixa mantém a prestação do empréstimo inalterada durante o prazo q acordado com a instituição de crédito.

 

As vantagens da taxa fixa nunca foram tão faladas como nos últimos tempos, porém escolher ou alterar o regime da taxa pressupõe que o consumidor considere os prós e os contras de ambas as taxas, para que esta seja uma decisão financeiramente consciente e informada.

 

Que vantagens e desvantagens têm a taxa variável?

Principal vantagem: historicamente mais barato a longo prazo, em regra  é uma taxa mais baixa do que a fixa, logo tem um impacto menor no orçamento familiar.

Principal desvantagem: as prestações pagas serão diferentes a cada 3, 6 e 12 meses, conforme o prazo que escolher e a oscilação da Euribor. Ou seja, a prestação terá oscilações ao longo de todo o empréstimo e, consequentemente, há maior imprevisibilidade sobre o valor a ser pago ao banco.

 

Que vantagens e desvantagens têm a taxa fixa?

Principal vantagem: maior estabilidade. O valor a pagar ao banco é sempre o mesmo, logo será mais fácil gerir o orçamento da família, atendendo a que a prestação se mantém inalterada.

 

Principal desvantagem: é uma taxa mais alta do que a variável nas mesmas condições, isto é, paga-se um preço mais alto pela segurança de não ter a sua prestação aumentada.

 

Qual deve escolher, taxa fixa ou taxa variável?

Não há uma resposta certa para esta pergunta. Se olharmos para o histórico das taxas, verificamos que o período de taxa de juro altas na Zona Euro foi curto. Portanto, o nos últimos anos, compensou ter o crédito associado à taxa variável e não à taxa fixa.

 

Se está a ponderar alterar o regime da taxa de juro de variável para fixa comece por:

 

  • Fazer o seu orçamento familiar de forma a poder analisar a sua situação financeira;
  • Recolher várias simulações junto do seu banco e de outras instituições, analisá-las e compará-las com as condições do seu contrato e ponderar bem todas as condições oferecidas.
  • Calcular a sua atual taxa de esforço, resultante das simulações, tendo presente que esta não deverá ser superior a 35%
  • .Pode utilizar o simulador do crédito à habitação do Banco de Portugal para calcular o valor da prestação mensal e o custo total do crédito.

 

Antevê dificuldades em pagar a prestação?

Se tem uma taxa de esforço elevada ou antevê dificuldades em pagar a atual prestação associada a uma taxa variável, a alteração para a fixa poderá agravar  a situação, uma vez que, em regra, aumentará o valor da mesma e consequentemente a taxa de esforço. Por isso, verifique todas as opções disponíveis antes de decidir.

 

Não se esqueça que a renegociação das condições, como o spread, o prazo do indexante, o regime da taxa de juro, o prazo para a amortização do empréstimo ou a própria modalidade de reembolso, é possível “havendo acordo entre o cliente bancário e a instituição de crédito.”

 

A transferência de crédito para outra instituição pode apresentar uma maior vantagem. Neste caso, tem de analisar os custos inerentes à transferência e suportar a penalização por amortização antecipada do crédito. Alertamos para o facto dessa penalização ser de 0,5% do capital em dívida, em contratos com taxa variável, e de 2% para os que têm taxa fixa.

 

Atenção:  Até  30 de dezembro de 2023 , os créditos à habitação com taxa variável não pagam comissão de amortização antecipada

 

Quer saber qual a melhor opção para a sua situação?

O Gabinete de Proteção Financeira dá-lhe orientação.
Fale com os nossos especialistas através do número 213 710 238, ou envie-nos as suas dúvidas para o e-mail: protecaofinanceira@deco.pt.