Vinte e uma companhias aéreas comprometeram-se a alterar as suas práticas em matéria de alegações ambientais que foram consideradas enganosas pela Rede de Cooperação no domínio da Defesa do Consumidor.

 

Na sequência de uma queixa apresentada pela DECO, BEUC e outras organizações de consumidores europeias, 21 companhias aéreas comprometeram-se a alterar práticas enganadoras e a deixar de utilizar alegações que induzem os consumidores em erro quanto ao impacte real dos voos no ambiente.

 

O anúncio foi feito hoje pela Comissão Europeia, concluindo uma investigação de um ano e meio realizada pelas autoridades nacionais de defesa do consumidor e diálogos com as companhias.

 

É importante que a Comissão e a Rede CPC tenham apresentado um cartão vermelho às companhias e posto travão a algumas práticas enganadores sobre o seu impacte no clima e que assumam a possibilidade de avançar com multas casos os compromissos não sejam cumpridos.

 

Apesar de se assinalarem já um conjunto de alterações positivas na sequência da conclusão da investigação promovida quanto ao carácter enganador das alegações em causa, a DECO considera que os compromissos assumidos deviam ser mais exigentes e vê com preocupação que, apesar do anunciado, a transportadora TAP mantenha na presente data a oferta no seu website de um suplemento para compensação das emissões de carbono. Para a DECO, esta oferta é problemática na medida em que estudos mostram que a maior parte dos projetos de compensação têm pouco ou nenhum impacte positivo no clima, além de que a informação destacada no processo de reserva continua a fazer uma ligação clara entre a compra do suplemento e o efeito de compensação das emissões de um voo específico.

 

A DECO apela, por isso, a uma monitorização exigente dos compromissos assumidos e a uma posição firme contra o greenwashing.

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