A DECO apoiou mais de 7.000 famílias sobreendividadas. 1º trimestre deste ano reflete já o aumento de preços das despesas essenciais e a preocupação das famílias com a subida de taxas de juro, sobretudo no que respeita ao crédito à habitação.

 

Destaca-se neste período um crescimento do aconselhamento relativo sobre a reestruturação de crédito (56%).

 

A DECO alerta os consumidores para a importância de ser responsável na gestão das contas, apoiando-os de forma a prevenir incumprimentos dos créditos contratados.

 

30.000 famílias pediram aconselhamento financeiro à DECO

Em 2021 o Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da DECO recebeu 30.000 pedidos de aconselhamento financeiro das famílias portuguesas. No ano anterior, 2020, tinham sido recebidos 30.100 pedidos e em 2019 29.154.

 

52% dos pedidos rececionados em 2021 respeitavam à reestruturação financeira dos orçamentos familiares.

 

Os consumidores pretendiam saber como podiam renegociar as suas responsabilidades de crédito, com o objetivo de tentar reequilibrar o seu orçamento familiar.

 

29% das famílias que recorreram este Gabinete da DECO, em 2021, apontam o desemprego como principal causa das suas dificuldades financeiras. Porém, no 1º trimestre deste ano, 2022, a perda de rendimentos tornou-se o motivo principal dessas dificuldades. 

 

DECO abriu 2.744 processos de intervenção em 2021

No desenvolvimento destes processos de intervenção, o GPF DECO contacta as entidades credoras para promover uma reestruturação dos contratos de crédito e/ou dívidas (por exemplos, dívidas de serviços públicos), trabalhando com as famílias a gestão e otimização do seu orçamento familiar para que consigam cumprir com as obrigações financeiras.

 

Em 2021, a perda de rendimentos surge como a principal causa das dificuldades financeiras das famílias, cujo agregado é composto por 3 elementos, registando-se o seu valor em 32%. O desemprego surge como segunda causa responsável pelas dificuldades financeiras das famílias que têm processo a decorrer na DECO: 23%. Portanto, poder-se-á afirmar que estes dados refletem os efeitos socioeconómicos resultantes da pandemia da COVID-19.

 

No que respeita ao incumprimento dos créditos, salientando-se que as famílias em média têm 5 créditos, verificou-se uma acentuada diminuição do incumprimento no crédito à habitação, justificada maioritariamente pela aplicação da moratória.   Este decréscimo manteve durante o 1º trimestre de 2022.

 

Taxa de esforço passou para 78%

O rendimento médio das famílias que procuraram o apoio do GPF é de 1.100€ e um total de prestações com crédito de 860€. Estes dois valores permitem calcular a taxa de esforço.

 

Em 2021, a taxa de esforço das famílias, que não deve ser superior a 35%, continua a ser muito elevada: 78%.