A conjuntura económica atual não está fácil: taxas de inflação e de juro elevadas que castigam as prestações do crédito à habitação.
Não há soluções mágicas para contornar os efeitos desta realidade nos orçamentos das famílias, tudo exige estratégia e reflexão caso-a-caso. Com organização e resiliência, algumas dificuldades e erros na gestão das finanças pessoais podem ser evitados.
Saiba como atingir objetivos de poupança e evitar as dores de cabeça que o descontrolo da vida financeira e do orçamento das famílias podem trazer. Só precisa de algum tempo e da colaboração de todos os elementos da família.
Com o apoio da DECO, conseguirá ultrapassar as suas dificuldades com maior otimismo.
ERROS QUE DEVE EVITAR E ALGUMAS DICAS
Não definir prioridades
Muitos consumidores têm por lema viver o presente, até porque é difícil estabelecer prioridades. Pagar as dívidas ou comprar aqueles sapatos que anda a namorar na montra da loja? Comprar carro novo ou poupar para garantir a ida para a Universidade do(a) filho(a)? Pensar no futuro e na família será importante para conseguir manter a estabilidade de vida ao longo do tempo. O segredo de um bom planeamento financeiro está no equilíbrio entre o cumprimento das obrigações do dia a dia e a poupança para a realização de objetivos.
DICA: Faça um Plano Financeiro. Defina objetivos a curto, médio e longo prazo, mas que consiga cumprir. Quantifique-os e defina prazos. Calcule pequenas metas a curto prazo para os atingir e mantenha-se focado nesses objetivos, sem ser demasiado ambicioso(a).
Consumir por impulso
A vida atarefada do quotidiano nem sempre ajuda. A ida ao supermercado sem lista de compras, a falta de planeamento das refeições, o pagamento com o cartão de crédito, o marketing apelativo, as promoções, etc. Tudo isto contribui para que o consumidor, mais avisado e responsável, muitas vezes, compre por impulso. Compre apenas o que realmente precisa e pesquise sempre o melhor preço.
DICA: Programe com tempo as suas compras, avalie o impacto no seu orçamento e não ceda a tentações!
Gastar acima da capacidade financeira
Frequentemente, não fazemos uma avaliação rigorosa da nossa capacidade financeira para mais uma compra ou para assumirmos mais um crédito. Pagar com o cartão de crédito pode sair caro se, no final do mês, não tivermos capacidade financeira para pagar a dívida a 100%. Vamos pagar um preço muito elevado (juro).
DICA: Contrair um crédito é comprometer o futuro. Pondere a sua capacidade financeira antes de assumir qualquer compromisso.
Não elaborar um orçamento familiar
O orçamento é uma ferramenta muito útil, mas poucas famílias o fazem. Ajuda a acompanhar o rastro do dinheiro, ou seja, o rendimento que entra e sai e onde é aplicado. Permite também avaliar e controlar os ganhos e as despesas da família.
DICA: Mantenha as suas finanças sob controlo. Faça um Orçamento Familiar. Basta ter um bloco de notas ou usar o nosso orçamento-tipo em www.gasdeco.net.
Não separar a situação pessoal da profissional
Ser profissional liberal ou ter um pequeno negócio poderá confundir aquilo que é profissional do que é pessoal, não separando responsabilidades financeiras. Para quem trabalha por conta própria nem sempre é fácil fazer essa separação, o que poderá ser uma armadilha e levar ao descontrolo financeiro. Deve separar o que está relacionado com a “empresa” do que é pessoal, sejam rendas, despesas, créditos ou rendimentos.
DICA: Com disciplina e determinação, mantenha as contas empresarias ou profissionais separadas das pessoais ou familiares. Facilitará, por exemplo, ter duas contas bancárias.
Procrastinar, deixar correr ou não atuar atempadamente
Pagar dívidas não é agradável, contudo adiar pagamentos ou deixar de as pagar pode ser bem pior. Ao primeiro sinal de alerta de que poderá vir a incumprir com as prestações de crédito, deve atuar e não deixar arrastar a situação, evitando consequências negativas, que poderão ir desde a cobrança de juros, comissões por mora até a penhora de bens.
DICA: Alerte e contacte o credor e peça para abrir o procedimento legal PARI ou PERSI. A sua situação financeira deve ser avaliada e ser-lhe apresentada uma possível solução viável de reestruturação de créditos, adequada ao seu orçamento familiar, aliviando o serviço da dívida.
Pensar no curto prazo
Provavelmente conhece alguém que apenas pensa a curto prazo, o que pode trazer alguns riscos.
Na verdade, poupar e investir será preparar o futuro, algo que, na prática, não é fácil. Os jovens veem a reforma como uma situação demasiado longínqua, adiando a decisão de a organizar por demasiado tempo.
Pensar no longo prazo é também aprender a valorizar o que se tem hoje, para que no futuro se consiga conquistar a estabilidade financeira.
DICA: Defina o que quer conquistar no médio e longo prazo, planeie em que pode economizar, “construa riqueza” e invista para conseguir conquistar o futuro que deseja.
Contrair dívidas para pagar outras dívidas
Uma das principais causas de sobre-endividamento é o uso descontrolado do cartão de crédito ou o pagamento recorrente do valor mínimo ou, ainda, a sua utilização para pagar outras dívidas. Deve evitar contrair créditos para pagar outras dívidas, pois pode entrar numa espiral de endividamento de difícil saída.
DICA: Para melhor controlo financeiro pode optar pelas compras a dinheiro. Livre-se das dívidas ou negoceie planos de pagamento. Não contraia novos créditos para resolver o problema.
Não constituir fundo de emergência ou de reserva
Quando surgem emergências quem nunca pensou na importância de ter uma reserva e não precisar de recorrer a crédito? Um problema de saúde, desemprego ou ter de pagar o conserto do carro trariam menos “dores de cabeça” se cada família tivesse sempre um “Fundo de Emergência”. Pois imprevistos não acontecem só aos outros!
DICA: O primeiro passo para organizar a sua vida financeira é constituir um Fundo de Emergência. O valor do seu fundo dependerá das necessidades básicas da sua família, porém o mínimo a poupar deve cobrir as despesas de 6 e 12 meses.
Quer mais informação sobre esta temática?
Fale com os especialistas do Gabinete de Proteção Financeira através do número 213 710 238, ou envie-nos as suas dúvidas para o e-mail protecaofinanceira@deco.pt