A funcionar há um mês e meio, o Gabinete de Finanças Saudáveis tem recebido muitos munícipes preocupados em organizar as suas contas para fazer face ao aumento do custo de vida.
O aumento do custo de vida tem dominado a causa das dificuldades financeiras das pessoas que procuram o Gabinete, o que para nós não constitui surpresa. Temos tido, ao longo do último ano, uma inflação alta que se reflete nos preços dos bens essenciais, como a alimentação e eletricidade. A estes aumentos junta-se a grande subida da prestação do crédito à habitação, resultante das sucessivas atualizações da Euribor. Esta situação tem sufocado as finanças não só dos Lisboetas, mas dos portugueses em geral.
O que é que os munícipes querem saber?
Querem, na sua maioria, otimizar o seu orçamento familiar. E é aqui que notamos a maior diferença! É percetível que os consumidores que nos tem procurado querem antecipar e resolver eventuais dificuldades financeiras. Tal demonstra, também, que os consumidores estão mais alertados para a importância da gestão do orçamento familiar.
E como podem os consumidores tornar o seu orçamento mais eficiente? Isso é possível?
Sim é possível. É necessário que o orçamento familiar reflita as necessidades da família e que os consumos sejam adequados à sua realidade. Muitos consumidores dizem-nos que são muito organizados com as suas contas, nomeadamente porque sabem bem quanto recebem e onde gastam, mas não procuram alternativas para gastar menos. Por exemplo, estão informados sobre a cobrança de despesas ou comissões bancárias, não procurando, no entanto, uma solução real para as diminuir. O mesmo acontece com o pagamento dos serviços públicos essenciais, ou seja, poucos consumidores simulam consumos com outros fornecedores para verificar quais as melhores ofertas do mercado.
No que diz respeito ao crédito habitação, o que procuram saber os alfacinhas?
Em relação ao crédito habitação e, quando a postura ainda é de preventiva, pretendem saber como poderão abordar os bancos para renegociar. Infelizmente muitos consumidores relatam-nos situações de insucesso, pois ao tentar junto da instituição bancária renegociar o seu crédito para baixar a prestação, enfrentam como resposta a “marcação” no Banco de Portugal. Na verdade, esta resposta acaba por dissuadir os consumidores que não querem figurar na chamada “lista negra” do Banco de Portugal.
Este é, precisamente, o primeiro mito a desfazer. Não existe nenhuma “lista negra”! Os contratos de crédito à habitação renegociados, desde que estejam em dia, não tem nenhuma marcação especial, são reportados como renegociação regular, facto que pode ocorrer quer por dificuldades financeira, quer por revisão das condições do empréstimo que podem ser melhoradas.
Existe ainda um grande caminho de literacia financeira a percorrer pelos consumidores no município de Lisboa e o Gabinete de Finanças Saudáveis trabalha para os apoiar nessa viagem.
Tem dúvidas? Precisa de apoio? O Gabinete FINANÇAS SAUDÁVEIS pode ajudá-lo e aconselhá-lo.
Para agendar marcações, contacte: 800 910 523
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