A seca do último Verão em Portugal frisou, mais uma vez, a necessidade de se assegurar uma gestão e utilização eficiente da água, aumentando a resiliência do setor. Este é um problema que veio para ficar no nosso país, em que se perde mais 174 milhões de m3 de água por ano.

 

Nas regiões afetadas pela seca, os sistemas de abastecimento podem enfrentar dificuldades em fazer chegar água potável à casa das famílias. Esta situação poderá resultar em racionamento de água, obrigando os consumidores a limitar seu uso diário deste bem essencial.

 

Este foi, aliás, o caminho seguido na vizinha Espanha onde, no início do Verão, cerca de 40 municípios da Andaluzia implementaram restrições ao consumo de água. Em 10 deles, a água da torneira foi cortada, durante o período da noite, a mais de 100.000 pessoas, para assim garantir o abastecimento durante o dia.

 

No Algarve, com grande parte do seu território em seca extrema, ainda não se aplicaram medidas desse tipo, mas, entre notícias que revelam apreensão quanto à disponibilidade das reservas hídricas para os próximos anos e o eventual aumento das tarifas de água, como contrapartida aos investimentos que se anunciam, o que está verdadeiramente a ser feito no nosso país para combater a crise neste setor?

 

POSIÇÃO DA DECO

A Associação entende que, com medidas adequadas, Portugal pode tornar-se mais resiliente à crescente escassez da água, porém, nesse processo, algumas preocupações são destacadas pela nossa equipa:

  • Qual será a disponibilidade de água potável para os consumidores durante períodos de seca e como tal poderá afetar o abastecimento de água doméstica?

 

  • De que forma a escassez de água e os esforços para gerir a seca podem afetar as tarifas de água para os consumidores?

 

  • Que restrições ao uso de água podem ser impostas durante períodos de seca e como essas restrições afetarão os consumidores?

 

  • Com o preço da água a aumentar, tornar-se-á a pobreza hídrica uma realidade? Será que devemos começar a equacionar um cenário em que algumas famílias terão dificuldade em aceder à quantidade de água suficiente para cobrir as utilizações pessoais e domésticas, que incluem a água para beber, lavar roupa, preparar alimentos e para a higiene pessoal e da habitação, por não terem como a pagar?

 

Consulte o nosso Dossier “Seca: Águas (in)sustentáveis)

 

Conheça as propostas da DECO para a redução das perdas de água potável, aumento da eficiência do serviço prestado e garantia de custos mais adequados para o consumidor, num cenário económico, ambiental e operacionalmente mais sustentável para o País.