Ter um orçamento equilibrado em 2024 pode parecer difícil, atendendo às dificuldades sentidas  este ano. Mas há estratégias e algumas medidas que podem ajudar.

O ano 2023 fica marcado pelo aumento da inflação, pelo agravamento da qualidade de vida e pela diminuição da capacidade económica de muitas famílias.

Este foi um ano difícil. Durante este ano, a DECO apoiou as famílias nos seus desafios diários, de evitar a rutura das suas finanças pessoais. As dificuldades foram sentidas de modo diferente consoante as características das famílias, em particular o seu nível de rendimento e de poupança.

São as famílias com rendimentos mais baixos e/ou com taxas de esforço mais elevadas com a habitação as mais penalizadas.

Famílias mais resilientes financeiramente

O ano de 2024 ainda não será um ano fácil para as famílias. Os seus orçamentos continuarão pressionados pela inflação e pela despesa da habitação.

É necessário continuar a acompanhar as famílias na sua labuta de se tornarem mais resilientes financeiramente e incentivá-las a:

  • Fazerem o levantamento das receitas;
  • Anotarem todas as despesas;
  • Fazerem contas;
  • Cumprirem os prazos de pagamento;
  • Renegociarem  contratos;
  • Aplicarem as suas poupanças.

 

Mas, para além destes comportamentos, é importante conhecer se existem outras estratégias para reduzir custos, de aceder a bens essenciais a custos menores ou mesmo de beneficiar de apoios. Exige-se melhor e mais acesso a informação sobre esta matéria, que, nem sempre, está acessível a todos os consumidores.

Acompanhe diariamente as dicas da DECO

e construa um orçamento familiar ajustado às necessidades do novo ano.

1# Comece por fazer o seu diagnostico financeiro

Se já faz o  orçamento familiar  aproveite o inicio do ano para fazer o seu diagnostico financeiro. Um  bom diagnóstico financeiro  permite-lhe ver como está a saúde das suas finanças. E caso se verifique algum problema pode comparar-se ao diagnóstico precoce de uma doença, a qual, quando detetada a tempo, será mais fácil de curar.

Não se esqueça que fazer  orçamento familiar permite controlar como e onde está a gastar o seu dinheiro. Desta forma, conseguirá criar regras, eliminar excessos e acompanhar todas as suas estratégias e objetivos financeiros.

 

Fórmula  50/30/20

Se não sabe como gerir o orçamento familiar  pode utilizar a Fórmula  50/30/20:

    • 50% do orçamento deve ter como objetivo os gastos essenciais e fixos todos os meses (rendas ou prestações do crédito à habitação, alimentação, transportes, água, luz, gás, telecomunicações).
    • 30%, no máximo, pode ser alocado a gastos não essenciais, como viagens, compra de roupas ou refeições fora.
    • 20%, no mínimo, deve ser guardado para colocar em poupanças ou fazer investimentos financeiros. No caso de ter dívidas, esta percentagem deve ser utilizada para as amortizar ou liquidar.

 

Mais informação: O orçamento familiar

2# Reforce o Fundo de Emergência

Ter um Fundo de Emergência é decisivo para assegurar a sua estabilidade financeira caso surjam imprevistos, seja desemprego, cuidados de saúde ou até pequenas reparações na sua casa.

O seu fundo de emergência deverá ter um valor que lhe permita suportar o equivalente entre 6 e 12 meses de despesas mensais.

 

3# Tenha atenção à sua taxa de esforço

Em regra a taxa de esfoiço é a relação entre as prestações dos créditos e o rendimento mensal de um agregado familiar. É a parte do rendimento, que não deve ser superior a 35%  que fica afeto às prestações dos créditos.

Mas cada vez mais temos que ter atenção a outras taxas de esforço.

 

Taxa de esforço com a habitação e crédito | Fórmula 28/36

Esta regra sugere que não deve gastar mais de 28% do orçamento nas despesas fixas relacionadas com a habitação, como as prestações mensais, seguros, juros e impostos. Todas as outras despesas e responsabilidades mensais de habitação, automóvel, créditos ao consumo e cartão de crédito deve ser no limite de 36% do seu orçamento.

4# Tenha atenção aos pequenos gestos

Existem  pequenos gestos no dia a dia, que em regra todos conhecemos, mas que nem sempre implementamos, mas que no final do mês fazem a diferença:

  • Não deixe torneiras abertas e evite banhos longos;
  • Evite lavar máquinas de roupa com pouca carga;
  • Não deixe as luzes ligadas desnecessariamente;
  • Opte por eletrodomésticos eficientes;
  • Use lâmpadas económicas;
  • Evite deixar o botão stand-by dos aparelhos ligado;
  • Não desperdice alimentos;
  • Reaproveite o que for possível.

 

5# Analise todos os seus os contratos e conheça o mercado

Em casa todos  temos vários contratos desde as telecomunicações à energia. Mas,, muitas vezes  não  sabemos  se o que temos é o  se adequa melhor às nossas  necessidades, ou  se é o melhor que o mercado oferece. É importante analisar o que temos contratado e o que efetivamente necessitamos, depois devemos analisar o mercado e o que nos oferece. De seguida renegociar é a palavra que se impõe.

 

6# Analise a sua carteira de seguros

É importante que analise a sua carteira de seguros. Analise  as condições do seu seguro de vida,  do multirrisco, de saúde, do automóvel. Caso note que está a pagar um preço demasiado elevado em relação aos valores do  mercado, deve começar por  negociar com a sua seguradora.  Não se esqueça de pedir para excluir coberturas de que não precisa e negoceie o valor da apólice. Pode, também, avaliar mudar de seguradora.

 

7#  Tenha atenção aos gastos com o automóvel

Utilizar o  automóvel, por mais cômodo que seja  importa  muitas despesas,  avarias e manutenção, além do consumo de combustível, por isso nas  deslocações curtas, é recomendável  que tente ir a pé. É um bom conselho, poupa algum dinheiro,  faz exercício fisco e ainda ajuda o ambiente.

 

Comprar um automóvel | Fórmula 20/4/10

Esta fórmula pretende ajudar  a controlar  gastos excessivos com o crédito automóvel, estabelecendo limites de gastos e prazo do crédito, sendo recomendado que:

  • No máximo, pague ao início até 20% dos seus recursos.
  • De forma a reduzir o impacto que os juros possam causar, o empréstimo não deve exceder os 4 anos.
  • Os gastos com o carro, como seguro, combustível ou prestação, não devem ser superiores a 10% do orçamento mensal bruto.

 

8# Organize melhor os seus impostos

É fundamental conhecer o calendário fiscal ou, pelo menos, ter uma ideia das datas mais relevantes. Assim,  pode preparar o seu orçamento para o pagamento dos impostos, por exemplo o IRS, IMI e IUC.

 

No site da AT pode encontrar uma agenda fiscal com as obrigações declarativas e de pagamento para particulares e pode validar regularmente as faturas pendentes no E-Fatura e maximize os benefícios fiscais que poderá aproveitar em sede de IRS .

 

 

9# Acabe com algumas dívidas

Um dos objetivos para 2024 pode ser o de juntar dinheiro e amortizar a dívida do cartão de crédito. Não é necessário acabar com o cartão de crédito, a modalidade de pagamento é que deve ser alterada para 100%.

 

 

 10# Definir  estratégias para fazer crescer o seu dinheiro

Analise  os seus investimentos, o seu desempenho em função das estratégias  e os objetivos previamente definidos. Se não definiu qualquer estratégia de investimento das suas poupanças, está na hora de o fazer. Trace metas concretas de investimento para 2024.  Não se esqueça que a sua carteira deve ser diversificada  isto para que fique mais protegida perante a incerteza dos mercados.

 

Conhece a regra dos 72?

Esta  diz-lhe quantos anos serão necessários para duplicar o dinheiro que tem poupado ou investido, a uma determinada taxa de juro quando considera um juro composto.

72 / Taxa de juro = Número de anos necessários para duplicar o capital

Ou seja, para saber o número de anos necessários para duplicar o dinheiro que tem no banco, em depósitos, em seguros de capitalização, em obrigações e outros, basta dividir o número 72 pela taxa de juro que recebe.

 

11#  Planear a reforma

A poupança para a reforma  deve ser encarada  tendo em conta duas perfectivas:  por um lado a sua  situação financeira  e por outro o facto de ser um processo extremamente longo, ou seja, uma maratona e não um sprint. Assim, deve definir regras de poupanças programadas adequadas às suas possibilidades  de modo a criar uma almofada financeira para o futuro.

 

Poupar para a reforma | Regra dos 10%

A Regra dos 10% é uma regra tradicional, simples e fácil de pôr em prática. Para tal, alega que no mínimo 10% do seu orçamento mensal deve ser para garantir o futuro, começando a planear a reforma.

12# Invista em literacia financeira

 

O investimento em conhecimento permite melhorar atitudes financeiras, desenvolver hábitos de poupança e promover o acesso responsável ao crédito, por exemplo.

Não se esqueça que  em matéria de finanças pessoais informação é poder.

 

 

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Mas se o que pretende é orientação financeira especializada ou a  intervenção do Gabinete de Proteção Financeira para a resolução da sua situação então registe-se e apresente-nos a sua situação .

 

 

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